


FORMA INDEFINIDA

CROSTA DE FUSÃO
Durante a passagem atmosférica as camadas externas do meteorito fundem-se e vaporizam, ao chegar na superfície é possível notar apenas uma fina camada (em geral de 1 a 2 mm) deste material fundido, denominado crosta de fusão.
A crosta de fusão em geral é preta, mas pode apresentar outras colorações como cinza, marrom e verde. Todo meteorito recém-caído irá apresentar uma crosta de fusão evidente, que com o passar do tempo em ambiente terrestre vai ficando mais clara e se perdendo. Imagem: Copyright © Meteorites Australia
Meteoritos não possuem uma forma definida, até mesmo porque antes de entrarem na atmosfera terrestre sofrem grandes alterações de forma devido as colisões cósmicas. Depois, quando penetram na atmosfera terrestre, sofrem os efeitos da ablação (queima) e geralmente fragmentação. Contudo, não são fininhos e compridos, nem redondinhos e polidos por fora, e raramente apresentam formatos aerodinâmicos.
Em geral, os meteoritos são um pouco ou muito mais pesados do que uma rocha terrestre de tamanho similar, já que a grande maioria apresenta ferro e níquel, variando apenas a quantidade em cada tipo de meteorito. Os metálicos, são cerca de 3-4 vezes mais pesados do que uma rocha terrestre de tamanho similar, são basicamente constituídos por ferro e níquel. Clique e veja a tabela de densidade.
Em geral, os meteoritos apresentam sulcos e depressões na superfície (regmaglitos), que se assemelham a marcas de dedos deixadas em uma massa de modelar. Os regmaglitos, são consequência da ablação (queima) durante a passagem atmosférica. Meteoritos que sofrem fragmentação no final do percurso de queda apresentam menos regmaglitos, como por exemplo os meteoritos rochosos. Já nos meteoritos metálicos essa característica costuma ser bem evidente.

DENSIDADE

REGMAGLITOS
Como identificar um meteorito?
Para identificar um meteorito das demais rochas terrestres, é preciso conhecer algumas características bem típica de meteoritos, que estão listadas logo abaixo. Os meteoritos são fragmentos de diversos corpos do Sistema Solar, ou seja, são oriundos de asteroides, da Lua e até mesmo de Marte. Basicamente são divididos em três tipos: rochosos, metálicos e mistos. Os rochosos são os mais abundantes, a grande maioria deles possui o interior semelhante a cor de concreto, com algumas pintinhas prateadas e uma película fina e escura por fora. Os metálicos, são meteoritos constituídos basicamente de ferro e níquel, são muito densos e apresentam o interior prateado como aço. Os mistos são os mais raros e apresentam constituição rochosa e metálica.
Principais características de um meteorito

MAGNETISMO
Praticamente todos os meteoritos são atraídos por ímã, uma vez que a grande maioria deles possui ferro e níquel; são raras as exceções de meteoritos que não apresentam essa propriedade. Nos meteoritos metálicos a atração é mais forte.
Contudo, vale lembrar que nem toda pedra atraída por ímã é um meteorito. Existem inúmeras rochas terrestres que são atraídas por ímã.

INTERIOR DOS METEORITOS


Na grande parte das quedas (cerca de 86%) os meteoritos apresentam o interior mais claro, semelhante a cor de cimento, com pequenos pontos de ferrugem (amarronzados), devido a oxidação em ambiente terrestre das partículas de ferro.
Essas características, acima citadas, são válidas para a maioria dos meteoritos, que são os rochosos do tipo condrito. Nos meteoritos metálicos, segundo tipo básico mais 'popular', o interior apresenta-se completamente prateado como aço. É o que será tratado no próximo item. Lembre-se ainda: o interior dos meteoritos é compacto, ou seja, sem vesículas (buracos) como uma esponja.
Na imagem abaixo, meteorito rochoso tipo condrito, Phnom Penh , perceba o interior mais claro e manchinhas de ferrugem no meteorito.
Ferro e níquel
Como já dito, a grande maioria dos meteoritos contém ferro e níquel. Quando lixados vão exibir o interior com pontinhos prateados (no caso da grande parte dos meteoritos rochosos), ou inteiramente prateado como aço (no caso dos meteoritos metálicos).
A quantidade de pontinhos prateados nos meteoritos rochosos varia de acordo com a quantidade de ferro destes meteoritos. Nos meteoritos tipo metálico, o interior será sempre prateado.
Veja as imagens abaixo, fatia do meteorito Patrimônio, rochoso do tipo condrito, com pintinhas prateadas e outra fatia, do meteorito Campo del Cielo, do tipo metálico, com o interior inteiramente prateado como aço.


Côndrulos
Como também já dito anteriormente, os meteoritos rochosos do tipo condrito são os mais abundantes.
Uma das características deste tipo de meteorito são os côndrulos, esférulas ovais ou elipsoidais de minerais. Os côndrulos estão presentes apenas nos meteoritos do tipo condrito, sendo que alguns poucos meteoritos deste tipo não apresentam côndrulos.
Os côndrulos podem ser ou não visíveis a olho nu. Em alguns tipos de condrito eles são muito bem definidos, como nos condritos tipo 3. Nos condritos tipo 4 já são bem definidos, chegando nos condritos tipo 6 os côndrulos são mal definidos.

Acha que tem um meteorito?
Se você acha que tem um meteorito e já fez os testes acima, o primeiro passo é obter a sua autenticidade, lembrando que antes de enviar uma amostra é recomendável que entre em contato conosco, às vezes com uma foto é possível dizer que não é um meteorito.
Se você acha que tem um meteorito mas ainda tem grandes dúvidas, entre em contato preenchendo nosso formulário de contato, clique aqui.
Para ter valor e ser reconhecido oficialmente como meteorito, o mesmo precisa ser submetido a uma análise em um laboratório autenticado, sendo que são poucos os laboratórios que fazem esse tipo de serviço em todo o mundo.No Brasil, o Museu Nacional faz esse serviço gratuitamente. Logo, você deverá enviar uma amostra de pelo menos 30 gramas (ou 20% do suposto meteorito) para o Museu Nacional-UFRJ, cujo endereço segue logo abaixo.
Uma parte desta amostra tem que ficar depositada no Museu Nacional, ou em uma instituição credenciada, e uma outra parte da amostra (cerca de 5 g a 10 g) é utilizada para realizar a análise. É necessário analisar e estudar o meteorito no microscópio para que ele seja corretamente classificado.
Endereço para envio de amostras:
Professora Maria Elizabeth Zucolotto
Museu Nacional / Setor Meteorítica
Quinta da Boa Vista-São Cristóvão
Rio de Janeiro-RJ
CEP:20940-040
Depois do estudo do suposto meteorito pela Instituição, se for mesmo um meteorito, ele será submetido à aprovação junto ao Meteoritical Society (Sociedade Meteorítica). Este comitê que se reúne algumas vezes no ano, analisa os pedidos de aprovação de nomes e ao ser aprovado,todas as informações do meteorito passam a constar na página do Meteoritical Bulletin.
O nome dos meteoritos são dados de acordo com a cidade em que foram encontrados, ou a cidade mais próxima.


